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"Tal como surgiu diante dos meus olhos, a esta hora meridiana, fez-me a impressão de uma alegre oficina da sabedoria." (Umberto Eco, O Nome da Rosa)
A Arrogância e a Humildade eram vizinhas desavindas. Viviam numa mesma casa com muitas moradas. Nesse comum viver, as conversas, muitas, enchiam os corredores e o que delas se dizia, num acumular de intriga sobre intriga, levara-as a concluir que não poderiam ter, nunca, nenhuma afinidade. Quando, no vaivém imparável de palavras, a Arrogância e a Humildade se cruzavam, olhavam-se de cara fechada.
Um dia, só estavam as duas em casa, bateram à porta, gritando de fora:
— Arrogância! Humildade! Estais aí? Abri, abri! Eu sou a Mesquinhez. Ambas sois as minhas filhas perdidas e reencontradas! Abri, que preciso de vos explicar...
Gritou e gritou, bateu e bateu, mas ninguém lhe abriu a porta: a Arrogância, porque não se queria baixar; e a Humildade, porque não se queria levantar.
A fábula mostra que, como diria Hermes Trismegisto, o que está em cima é igual ao que está em baixo.
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