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"Tal como surgiu diante dos meus olhos, a esta hora meridiana, fez-me a impressão de uma alegre oficina da sabedoria." (Umberto Eco, O Nome da Rosa)
"Não resta muito mais da antiga cidade por estas bandas: está aqui a Casa dos Bicos, modesta prima afastada do Palácio dos Diamantes de Ferrara" [...]
José Saramago, Viagem a Portugal (1980)
1. Frente a um texto, eu não fico parada; ele começa logo a criar um processo de verbalização em mim. A leitura não é uma suspensão de um texto à minha frente, não é um ecrã.
2. Perigosamente, as necessidades de alimento do imaginário são apresentadas como absolutamente ligadas ao imaginário do dinheiro. Há as bibliotecas, mundo maravilhoso, gratuito e gratificante, fora do mundo dos negócios.
3. A criança não tem em si inscrita a dimensão do tempo. Quem governa o tempo da criança é o adulto. O adolescente não toma o tempo a sério. Sobrepõe-lhe a vontade. A Escola não deve apresentar a leitura como um dilema entre tempo livre e tempo ocupado.
4. As respostas de cruz são antileitura, significam o grau máximo da instrumentalização escolar do texto literário.
5. Para formar leitores, é imprescindível ser um grande leitor, o que implica quantidade, qualidade, critério, sentido crítico, abrangência e diversificação de leituras, sensibilidade. Implica dados, informação, mas também emoções. Implica experiência e reflexão. Motivar para a leitura não se reduz a «mandar ler», «aconselhar a ler», pregar a «bondade da leitura». É mostrar em pessoa, em espécie, quão interessante é ler. É contar pequenas histórias de quando se estava a ler o livro tal e tal, pequenas ou grandes descobertas, surpresas, curiosidades, episódios, tomando a leitura como uma das linhas interessantes do decorrer da vida. Presença, projeção, em vez de apuradas técnicas e de efeitos lúdicos, espetaculares.
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