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"Tal como surgiu diante dos meus olhos, a esta hora meridiana, fez-me a impressão de uma alegre oficina da sabedoria." (Umberto Eco, O Nome da Rosa)
A leitura não se realiza sem a entrega do leitor ao texto. Sem o texto, o leitor nunca saberia da sua existência como leitor daquele texto. O texto é o princípio ativo da imaginação que o leitor de si mesmo faz no ato de ler, da figura metamórfica que, de si, cria. Sem aquele texto, o leitor nunca conheceria aquela forma de si que o texto lhe oferece; sem aquele leitor, o espetro atrativo de mundos imaginários do texto ficaria para sempre incompleto (ficará sempre incompleto). A leitura de um texto é as leituras singulares, todas as leituras singulares, atravessadas pelo caminho singular que o texto, através de todas elas, vai fazendo: feixe de leitores, atados por um texto. Leitores, todos os que se colheram no não dito do texto, em que se projetaram mobilizados pelo dito do texto.
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