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"Tal como surgiu diante dos meus olhos, a esta hora meridiana, fez-me a impressão de uma alegre oficina da sabedoria." (Umberto Eco, O Nome da Rosa)
Os meninos estavam de boca aberta de espanto a olhar para o que não sabiam o que era. Mas sabiam — agora já não tinham dúvidas — que vinha ter com eles. Quando já estava muito próximo, parou. Esticou o corpo, levantou ainda mais a cabeça, olhou para eles e disse:
— Olá!
A Susana e o Luís estavam tão espantados, que nem foram capazes de lhe responder. E, então, ele repetiu:
— Olá!
E, desta vez, ao ouvirem um «olá» tão alegre, quase sem quererem, responderam:
— Olá!
— Sabem quem eu sou?
— Não!!
— Pois eu sei quem vocês são. Conheço-vos, porque vivo neste jardim. Tu és a Susana. E tu és o Luís, amigo da Susana, e costumas vir brincar com ela, todas as tardes.
— E tu? Como é que te chamas? — Perguntou a Susana, já mais calma.
— Eu? Eu sou o Já Sei.
— Já Sei?! — Espantaram-se os dois.
— Sim. Chamo-me Já Sei.
Os dois meninos olharam um para o outro muito admirados: não conheciam ninguém chamado Já Sei. Mas também não conheciam ninguém com um corpo igual àquele.
— E quem é que te pôs esse nome tão esquisito?
— Foram os meus irmãos mais velhos.
— Ah! Tens irmãos!
— Pois tenho. Tenho dois: o Já Faço e o Já Vou.
— Ah, ah, ah, que engraçado! Vocês devem ser da família Já. São todos Já! — Disseram, a rirem-se, os dois amigos.
— Como é que adivinharam? É verdade. A minha mãe é a dona Já Está e o meu pai é o senhor Já Cheguei. Querem saber por que razão vim ter convosco?
— Queremos!
— Pois, então, eu vim, porque vocês já não sabiam ao que haviam de brincar.
— E tu? Sabes?
— Claro! Eu sou o Já Sei.
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