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"Tal como surgiu diante dos meus olhos, a esta hora meridiana, fez-me a impressão de uma alegre oficina da sabedoria." (Umberto Eco, O Nome da Rosa)
Ler memórias, biografias, depoimentos, histórias de vida, é ler a ‘verdade’ ou o que, da verdade, conveio a um certo momento de escrita? A «memória é uma armadilha» ou como diz Banville:
«Imagens do passado longínquo amontoam-se na minha cabeça e, metade do tempo, mal distingo as memórias das invenções. Não que haja grande diferença entre elas — se é que há realmente alguma diferença. Há quem diga que, sem nos darmos conta, inventamos tudo à medida que avançamos, que estamos sempre a enfeitar e a embelezar, e eu sinto-me inclinado a concordar, pois a Senhora Dona Memória é uma grande e subtil fingidora.»
In Luz Antiga de John Banville
Talvez por isso mesmo, por causa dessa ambiguidade, ler memórias, biografias, depoimentos, histórias de vida, é tão interessante, sobretudo quando vêm adstritos a personalidades e/ou épocas interessantes, notáveis.
No próximo ciclo de leituras, na LERDOCELER, vamos ler e debater uma autobiografia (encoberta?), memórias, depoimentos, que nos trazem tempos e vivências importantes que, de uma maneira ou outra, partilhámos e informações que complementam as nossas vivências e conhecimentos. Neste jogo de luzes e sombras terá um lugar reflexivo uma ‘pura’ ficção (haverá puras ficções?) de John Banville, Luz Antiga. A luz da memória? Mas a primeira leitura será a de
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