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"Tal como surgiu diante dos meus olhos, a esta hora meridiana, fez-me a impressão de uma alegre oficina da sabedoria." (Umberto Eco, O Nome da Rosa)
À escola, por definição, compete a leitura. Na escola: a atenção ao percurso individual, ao conhecimento de cada aluno — a leitura é uma coisa pessoal. O ritmo e o poder de leitura de cada um. O papel da imitação/emulação, dos modelos. Paciência, atenção, persistência. O suscitar da curiosidade. A consistência e a naturalidade. A leitura não é lúdica, não é essencialmente lúdica. Ler não é um jogo. Não devemos desfazer um livro para o tornar lúdico. O que podemos é encontrar modos lúdicos de chegar a um livro, de abrir a mente e o corpo para um livro. O formato concurso. O formato clubes/comunidades de leitores.
A leitura não é uma festa nem uma brincadeira. Podemos comover-nos e até chorar durante uma leitura de que estamos a gostar muito. A leitura é, na criança que começa a ler, a conseguir ler, ajudada ou já sozinha, a oportunidade de começar a ver-se e a ver o mundo de um modo novo, já mais pensável e não só alcançável, manipulável. Conseguir ler para gostar de ler e não gostar para conseguir. Não se pode gostar sem experimentar e não se pode experimentar sem conseguir: ler para…; ler em voz alta, a memória física; ler em relação com outras fontes de alimento para o imaginário: a música… a dança…a pintura…o desenho… a conversa… a memória de experiências estimulantes… a expectativa, o «E depois?» … a estranheza… o reconhecimento… Formas simples, mas marcantes de não esquecer a leitura. A leitura deve aparecer de modo natural na relação interpessoal. Não como uma requisição, mas como uma necessidade. Subtilmente conotar a leitura com atitudes naturais nas crianças e nos jovens, imediatamente atractivas: competição, curiosidade, mistério, enigma, intriga, pergunta…
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