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"Tal como surgiu diante dos meus olhos, a esta hora meridiana, fez-me a impressão de uma alegre oficina da sabedoria." (Umberto Eco, O Nome da Rosa)
As crianças brincam. Os gregos antigos escrevem tragédias. Ambos se contam histórias. Frente à enormidade da vida, contamo-nos histórias. Quando somos capazes.
Se não formos capazes de nos contarmos histórias, leiamos as que os que o são nos contam.
De todas as histórias, a fonte é a imaginação, esse sentido mental que ouve-vê-palpa-cheira-saboreia o imaginário. E que, como os outros, se apura e se alarga com a experimentação. A imaginação acumula, diversifica, compara, procura, surpreende, enfrenta a enormidade da vida. Não pode, pois, ficar esquecida como as velhas brincadeiras.
Achamos que, se anularmos a imaginação em prol do senso prático, resolvemos a vida? Pois não. Ver o que não há ilumina o que há. As coisas são muito mais o que poderiam ser do que o que são. Contemo-nos histórias sempre. Ou deixemos que no-las contem. Cuidemos de exercitar a imaginação como se de saúde se tratasse ou de coisa de currículo educacional. Promovamos a imaginação e estamos a promover a leitura. Esqueçamos o imaginário e a promoção da leitura não será senão uma intrusão inútil e enganadora.
Ler é imaginar.
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