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"Tal como surgiu diante dos meus olhos, a esta hora meridiana, fez-me a impressão de uma alegre oficina da sabedoria." (Umberto Eco, O Nome da Rosa)
Assim se desarticulou a aliança nuclear professor/aluno, como lugar singular da educação escolar. Outros termos, distensores do ponto de equilíbrio entre centro e periferias da escola, passaram a ter um lugar privilegiado no discurso e nas práticas da educação escolar. Entidades várias, de ordem social e ambiental, sobrepõem-se à singularidade da relação entre uma criança ou um jovem e um professor. Destituiu-se a relação: «esse imprevisível da relação pelo qual algo não é idêntico, mas eterno […] isso que define uma relação, o não estar determinada de fora, mas valer como tal, na sua complexidade», nas palavras de Silvina Rodrigues Lopes em Literatura, Defesa do Atrito. Subtrai-se da relação professor/aluno a potencialidade do seu carácter imprevisível e o seu horizonte de transcendência, dando-lhe um carácter finito de prestação social, cujos parâmetros passam a ser os de um serviço e cuja utopia é a da representação positiva daqueles a quem serve: a educação escolar procura a satisfação dos seus clientes.
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